quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Respondo – 1/6 ( Em 30/09/2008 )

Olha a Ilza! Voltou lançando desafios pra todo lado. Olha só os temas que ela propôs:
“Porque ainda existem aqueles que confundem: Fé com Religião? Deus com Igreja? Salvação com Seita?”
            Por aí você percebe o quanto está longe de se conscientizarem as pessoas sobre a existência do interno e do externo no ser humano. Para elas, tudo é igual; tudo é externo, inclusive Deus, na medida em que esperamos que venha do alto nos salvar. 
Vejo isso com muita tristeza Ilza: o ser humano atolado, voltado para o alto, invocando a salvação, sem se dar conta de que é preciso movimentar os pés.  
A fé vem da prática; a prática emana da vontade; a vontade é acionada pela motivação consciente; de maneira que a fé se relaciona indiretamente com a consciência, na interioridade de cada ser humano.
Confundir isso com gestos, rituais externos é pretender que a consciência se situe pelo lado de fora de nós; eles alimentam a idéia de que Deus virá de fora: do altar, do oficiante.
            Uma bula fornece as normas de como devemos tomar o remédio; a bula não é o remédio; do mesmo modo, os rituais nos fornecem induções de como alimentarmos a fé; mas os rituais não são a fé; pelo remédio, alcançamos a cura; pela fé, encaminhamo-nos para Deus.
O Deus que ajuda é o que está dentro de cada um e nós; ajuda na medida que nos abrimos para que ele se manifeste de dentro para fora; é com a intenção de alcançarmos essa abertura que deve ser orientada a fé.
            Por que as pregações não surtem efeito? Os pregadores cometem o maior esforço e acabam dizendo o óbvio? Atuam pelo lado de fora para fora, na direção da promessa; mas essa promessa é condicionada à entrada em nós mesmos.  
Seria ingenuidade negar a importância das religiões; estaríamos imaginando que todas as pessoas estão no nosso nível mental; as religiões trabalham os órgãos dos sentidos: os ouvidos, os olhos, a boca para infundirem melhor os pensamentos sagrados; nós nos acomodamos aos sentidos e não fazemos dos ensinamentos religiosos motivos para a descida em nós mesmos.
Da fé, resulta que nos relacionemos com Deus; de Deus vem a salvação; de maneira que nosso objetivo deve ser a fé, pela prática de exercícios, primeiro de concentração, depois de meditação.
            Quanto à salvação, Deus não vai salvar ninguém porque já deixou os instrumentos com que promovamos cada um a sua.
            As religiões são importantes porque indicam quais são os instrumentos de que devemos nos utilizar. Como os utilizar, já depende de nós.
            O que existe de fato Ilza, é uma acomodação, uma intenção velada de culparmos os outros pelo que somos e acabamos não sendo nós nem os outros.

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