Por que eu enfraqueço, por que me canso, por que antes de me recuperar... sofro...
Você se enfraquece porque se concentra em si mesma e perde a motivação; vê-se como vítima de uma situação a que está submetida. Falta o exercício de aceitar-se na adversidade; não é aceitar a adversidade contra a qual devemos lutar; é aceitar-se, não se descontrolar ante a adversidade.
Sísifo não se sente no direito de ser fraco: carrega a pedra para o alto da montanha; a pedra rola sempre, ele nunca chega ao topo e nem por isso resmunga nem desiste de cansado.
Há um e-mail com cinco bonequinhos; cada um carregando sua cruz. Nisso, um deles evoca o Senhor:
- Senhor, essa cruz está muito pesada! Eu não consigo! Posso cortar um pedacinho? Corta um pedaço da base. Lá adiante, a mesma súplica; corta mais um pedaço da base. Aparecem todos; a base dos quatro arrastando no chão; ele com a base de sua cruz pela metade.
Lá adiante há um precipício; os outros deitam a cruz e atravessam sobre ela para o outro lado; nosso resmungão; deita sua cruz e ela não alcança o outro lado; faltava a parte que fora cortada.
Isso acontece quando nos enfraquecemos, quando nos cansamos. Falta-nos a certeza de que alcançaremos o outro lado, se nos mantivermos firmes no não enfraquecer. Só em nós está o lenitivo de subir a montanha.
Você embutiu na pergunta outra pergunta: por que antes de me recuperar, sofro? Sem o sofrimento não há de que se recuperar. Tudo são opostos. Há pouco comentei aqui a afirmação do Hermes Trimegistro: tanto em cima, como em baixo: um oposto se sucede ao outro; a recuperação sucedendo ao sofrimento; a liberdade vem depois da prisão. Precisamos promover nossa liberdade; para isso, precisamos tirar os olhos de nos vermos como coitados.
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