sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Carta à Evanice - 2/6 ( Em 02/12/2008 )

            Minha querida Evanice, você escreveu uma mensagem extremamente culta, Moça! Que bonita você é! Parece que nos vimos; parece que nos conhecemos de longa data, mas isso é a grande afinidade de nossos pensamentos; nisso está o mais alto degrau do amor; acima do amor platônico que tem como base a contemplação física da amada e o ideal de conciliação dos dois em uma única pessoa.
Entre nós não; os dois não nos conhecemos; um não sabe onde mora o outro e a ausência de imagem contribui para mente se soltar ainda mais; é um ingrediente substancial para o amor sublime.
Como estou feliz com o tom de sua fala! Você não consegue aquilatar o quanto me sinto, vendo a outra face de você, erguendo-se, erguida. É muita alegria Evanice, só o amor, minha querida constrói esses diques.
Mas como eu vou fazer para compensar o tom lírico com que você escreveu? Cultura é isso Evanice: um chamado, um convite que o encontro se dê em outra dimensão; e isso se faz quando as mentes se esvaziam. Que a mente vazia se liberta e sai no sentido de sua origem; a alma não; a alma fica; a mente sai.
Se duas mentes se libertam por afinidade, encontram-se no Todo a que estão vinculadas. Os corações permanecem na empatia do afeto, mas as mentes se encontram num plano além e os esponsais são feitos na luz.
            Quando retornam, querem adotar a humanidade, na certeza de que são os filhos de sua união.
            Façamos o encontro, querida; esvazie a mente que era nessa direção o nosso itinerário; esvazie a mente; chegar ao topo, será um instante apenas e estaremos juntos, seremos um ao pé do supremo Todo, sob olhares de estrelas.
Abraços minha querida. Deus ilumine seu esforço. 

Nenhum comentário: