terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Integridade – 6/6 ( Em 23/09/2008 )

            Integridade é ser por inteiro. Ser inteiro em si; ser inteiro em si é sustentar os compromissos com a verdade pessoal. Mantê-los todos em estado de alerta de tal modo que a integridade se manifeste pelo que se faz, pelo que de diz. A integridade passa a ser uma espécie de viço, resultado de cumprimento dos deveres que assumo comigo mesmo.
Integridade não é moralismo; não adianta eu pregar moral aos outros com ares de bonzinho, puro. Minha integridade se dilui nesses meandros e ninguém consegue ler a integridade com que eu quero impressionar os outros. Integridade é ser inteiro; ser inteiro e´ andar conforme nossa verdade interior, conscientes de que estamos sob o olhar da verdade.
A verdade é interior, um atributo da alma; de maneira que a integridade é uma espécie de atestado firmado pela alma sobre nosso comportamento pessoal; como eu sou, quando ninguém me vê. Ser inteiro é isso: viver para a alma, de onde vêm os sinais de integridade que irradio pela pele, pelos gestos, pelos olhos; porque a integridade se firma na totalidade de meu ser. A integridade, sendo um bem pessoal, está comigo no deserto, se eu lá estiver e lá também eu tenho de me manter vigilante sobre mim mesmo, se quiser ser íntegro. A integridade é um exercício de trocas mútuas entre a mente e a consciência.
Aquele menino lia calmamente a revista enquanto o avião sacolejava, os passageiros em desespero; súbito alguém perguntou:
- você não se apavora com esta situação!
- não. Meu pai é o piloto.
Isso é ser inteiro; isso é integridade: ter consciência de que, mesmo nos momentos supremos, sabermos nos mover por uma permuta com nosso interior e a certeza  de que ali existe um pai que sabe como conduzir-nos nos piores momentos de nossa vida.

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