Lembro-me de ter visto um documentário em que uma enguia entra pelas guelras de um grande peixe, anestesia o local e, por ali, suga todo o sangue, sem que o peixe perceba;
perde as forças e desfalece.
A autopiedade é essa enguia. Quando me percebo, acontecimentos que se acumularam movem meu inconsciente; ele encontra a mente fraca e segreda em mim que eu sou um pobre coitado por ter de sustentar aquelas vozes dentro de mim, sem que ninguém se disponha a me ajudar; na realidade, o inconsciente quer sair daquele cubículo dentro de mim; eu me desespero sem saber de onde vem a causa de meus males; passo a ver nos outros o que me falta e vejo mais: que eles não querem me ajudar. Está nos outros, a chave de abrir as portas e aliviar minhas inquietações; projeto isso em tudo o que faço: eu sou a vítima; para mim sobra sempre a parte mais espinhosa, nem que seja a de ir buscar um sorvete na esquina.
O choro diante de um esquife normalmente se dá por autopiedade; eu me pergunto como eu vou viver sem ele, ou ela.
Ao auto-apiedado falta esforço para analisar a própria condição e reagir contra ela; se for possível explora os outros, como se tivessem obrigação de o ajudar.
Para esses, vai aí uma sugestão que seja repetida sempre e em qualquer lugar:
Tudo posso naquele que está em mim;
Deus está em mim;
Tudo posso em Deus.
De Deus vem minha saúde,
A paz de que eu preciso para ser
Fortaleza em mim mesmo.
As águas turbulentas não me abalam
Porque Deus está nos alicerces do forte
E o forte sou eu.
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