É uma ferida interna que se manifesta pelos sentidos, estimulada por fatores de autovalorização. O ódio é um daqueles inimigos que instigam nossas potencialidades para o revide, a violência, o cálculo de como ferir o outro com contundência e com mais eficácia.
A pessoa odienta tem a face sulcada por traços diferentes que são perceptíveis a olho nu; distingue-se pela finura da pele, cozida por um caldo ruim. Não tem limites de onde lançar a água fervente que traz de alguma fonte oculta.
Fiquemos por aqui; prosseguir seria abrir espaço para que o ódio se exiba pela sanha de um olhar chispado, gestos bruscos e mãos fechadas, como se o odiento evaporasse de si um vapor de enxofre. O ódio é um carrapato sugando o intestino.
O remédio seria o perdão; mas, quem disse que o odiento consegue desviar a mente de seu foco do ódio?
O perdão desvia a mente, mas o odiento não sabe perdoar; quer a mente fixa em seu rancor. O perdão desvia a mente da ferida; a mãe age com os mesmos recursos do perdão: a criança está chorando; a mãe arruma qualquer pretexto do momento:
- olha o avião! Que coisa mais barulhenta! Você se lembra qual era o nome da empresa em que viajamos pra a Disney? E faz um encadeamento de perguntas assim. O que quer a mãe? Que a criança tire a mente de sobre a dor; desvie a mente do foco da dor.
Assim age o perdão: desvia a mente para um outro foco e o ódio perde sua razão de ser. Que nunca teve razão.
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