quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Respondo – Aceitar as diferenças - 4/6 ( Em 17/11/2008 )

            A minha querida Nara Madazio anexou a sua correspondência a afirmação abaixo:
“O amor nasce do conhecimento mútuo e se fortalece quando aceitamos as diferenças”
            Do ponto de vista da fonética, a afirmação corre bem; está bem sonorizada, mas o amor passa longe da primeira afirmação que se faz no texto.
O amor se instala nos corações esquecidos de si mesmos: A procura B preocupado com B e esquecido de si mesmo; B procura A preocupado com A. A mãe procura o filho preocupada com o filho e esquecida de si mesma. Você tem experiência disso Nara querida; quando prepara as coisas para seu filho?
Não é pelo “conhecimento mútuo”que nasce o amor. Pelo conhecimento mútuo aumentam as afeições, as sintonias, a compreensão; mas esses valores são relacionados com a sensibilidade, com a emoção. A sensibilidade e as emoções estão sob impulsos dos sentidos.
O amor não se move pelos sentidos. Não é preciso “o conhecimento mútuo” para que haja amor; esses textos que você está lendo são feitos numa interação de amor; o autor não conhece quem os está lendo. Isso é amor: esses textos procuram leitores independente de se saberem quem são. O autor nada cobra de quem quer que seja.
Já em aceitar as diferenças, aqui supõe uma abdicação de si mesmo em função de um esforço pela convivência harmônica. Na medida em que se aceitam as cobranças, começa o esquecimento de si mesmo; o amor vai despertando nos corações. 

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