quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Tanto em cima como em baixo" – 6/6 ( Em 30/09/2008)

            Este é um dos enunciados de Hermes Trimegistro. Lembra?
Não freqüento essas alturas, mas quando as águas chegam aqui embaixo, é canalizá-las que sirvam a todos.  
“Em cima como em baixo” significa equilibrar os opostos: que os opostos sejam utilizados em proporções iguais.
Para nós, o “em cima” é o lado de fora, direcionado pela mente, atuando no mundo do movimento; isso dominamos por atividade diária; falta-nos trabalhar o lado de dentro. Só que, na reflexão de Hermes, a atividade em um dos lados tem de ser igual na do outro e nós nem começamos ainda a trabalhar nosso lado de dentro! Santo Deus!
É preciso insistir nesse esforço de que cada um nos interiorizemos; isso já era de indicação aproximada há quatro mil anos.  
O racionalismo desde Aristóteles, sobretudo é que nos impôs essa camisa de força de precisar demonstrar e ficamos atados.
Faz lembrar aqueles animais que entraram em uma caverna, água fresca, muito verde e ali ficaram; certo dia resolveram sair, mas os filhotes tinham nascido naquele ambiente; não se acostumariam à luz.
Não é essa a nossa situação? Fomos criados na caverna do racionalismo e, quando alguém nos aponta o caminho para a luz, nós olhamos para o dedo e não vislumbramos a luz; estamos presos pela tradição. Nada sabemos sobre equilíbrio de opostos.
Hermes para nós é um mago a quem olhamos com desconfiança. E assim vamos ficando dentro da caverna, privados da luz.

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