Era a travessia, o vale; uma nuvem escura dissipava a direção e me meti naquela vaga espessa; um breu. Rodopiava a esmo, que nada enxergava; apenas sentia o contato de mim mesmo. Naquela escuridão, era interiorizar-me. Vislumbrei algo dentro, em mim: uma luz tão pequenina, tão pequenina que parecia projeção de um sol distante. Não. Era em mim mesmo aquele nadica.
E me voltei definitivamente para dentro, já que lá fora, não existia o fora de mim a visão era zero.
Aquele nada de luz fez-se referencial em mim e eu me entretinha procurando a fonte quais as áreas em mim que iluminava e nada disso eu encontrava da luz em mim.
Aconteceu que fixando bem a visão interior, dei-me conta de que aquela luz crescia; lentamente mas crescia; imaginei que fosse em função da escuridão lá fora, quanto mais intensa. O fato é que a luz ganhava extensão no lento de um tempo sem tempo.
Que minha viagem pode ter durado séculos, milênios. Ali era a relatividade do nada. Era esperar numa imensa efusão, enquanto a luz se fazia cada vez maior e, quando eu dei por mim de tirar a visão da luz, eu todo era luz. As trevas já não eram.
Eu tinha alcançado ultrapassar as águas sobre as quais pairava o espírito de Deus.
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