quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Bethânia, minha querida. – 2/6 ( Em 17/11/2008 )

            Estou feliz com sua adesão ao grupo de boa leitura; seja bem vinda. Você me disse que busca a verdade de forma intensa. Mas a verdade querida, não é para ser buscada; é para ser vivida, praticada. A verdade deve estar na ponta de seus dedos, nos gestos pessoais, quanto mais sinceros, a verdade está no lugar onde você afugentar a negligência.
Qualquer ato negligente é contrário à verdade. A verdade é o único atributo da alma que está conosco todo tempo.
Se você se compromete a fazer algo e, por negligência, deixa de o fazer, isso é contrário a sua verdade. Sim porque a verdade é de cada um de nós, cada um exprime a sua de acordo com sua formação, com sua vivência.
No confronto entre as formações de cada um,  predomina aquela que vem de maior lastro e a conseqüente verdade mais aguçada.
Você viu; a televisão mostrou monges gregos e armênios aos socos e pontapés dentro do Santo Sepulcro e o Santo Sepulcro é  o lugar que eles têm como sagrado.
A violência foi o instrumento de que se serviram para exprimir sua verdade.
Nós, do lado de cá, vemos aquilo e entendemos que a verdade não está no sujeito que agride; transferiu-se para o objeto, vítima do desrespeito. 
Os homens brigam porque a verdade para eles é a gastrite que os consome e eles a  exprimem pela agressão. O perdedor sai de sua derrota munido de uma outra dimensão da verdade: a derrota o levou a interiorizar-se e resultou em esclarecimentos sobre ele mesmo.
Como entre aqueles do Santo Sepulcro, a polícia interveio, não houve derrotado; houve, segundo nossa visão,  maior distanciamento da verdade.

Em tempo: Você me expôs que seus pais a registraram como Bethania, sem circunflexo. Quem escrever seu nome sem acento será tachado de desconhecedor da norma gramatical. Creio que esse rigor só deve prevalecer quando se trata de documentos oficiais, sob demanda jurídica. 

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