quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fazer bem feito - 5/6 ( Em 04/11/2008 )

Fazer bem feito é  buscar sintonia pelos sentidos aspirar à perfeição; fazer bem feito é apurar-se; é fazer por inteiro, qualquer que seja a tarefa: Buscar pelos sentidos, a sintonia situada no núcleo do que se quer fazer e, a partir daí, entregar-se à tarefa de concretizar essa sintonia. Quem faz do bem feito tem um referencial de beleza, de arte, de vida que procura projetar no que faz.
Algo que a sensibilidade aponta no silêncio do ato de fazer. Como pode! Uma pessoa pega um maço de flores, põe aquilo dentro de um vaso e cai tudo certinho, as flores bem distribuídas e alinhadas: como pode! Um autor ler vinte e tantas vezes o mesmo texto buscando mais acerto? Quantas centenas de notas vêm à mente de um compositor e ele tem de escolher aquela nota, naquela seqüência, naquele tempo? E o pintor, por que escolhe certas cores e não outras? E o critério se estabelece em harmonia?
Fazer bem feito é afunilar-se.
Fazer bem feito é um chamado; é preciso ouvir-se, saber qual a direção a seguir e encetar a viagem. Fazer bem feito é compromisso com uma verdade maior.
Dizem que, se você quiser conhecer o dono, a dona de uma casa, olhe a cozinha, o banheiro; na proporção da limpeza, da ordem está a projeção de seu interior. São os lugares de distensão; ali a alma tem ensejo de exprimir a beleza ou ali a alma é bloqueada. 
Fazer bem feito é um compromisso com a verdade. Sintoniza-se com o bem feito aquele que tem desperta a própria verdade. 

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