terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Respondo – 2/6 ( Em 23/09/2008 )

O Michel voltou à carga e vieram mais perguntas. Ótimo! Isso é colaborar; isso é participar. Obrigado, Michel.
 “Hoje eu vi um caso na televisão em que 3 estavam surfando lá no Guarujá e logo o mar começou a ficar muito ´´bravo`` e eles foram jogados na direção de grandes rochedos.Porém um outro surfista mais velho foi ajudar a eles(ele se arriscou por pessoas que não conhecia) e logo salvou as três,porem uma onda muito grande,empurrou esse surfista herói e ele sumiu no mar. Já faz 48 horas e ele esta desaparecido pelo mar. Por que acontecem essas coisas?”

Um dos maiores entraves que nós temos é o inconsciente; ele não permite qualquer comunicação de nosso espírito com a alma.
Quando surge uma situação como essa a que você se referiu, a pessoa se lança por doação de si mesma em defesa da vida; esse ato de doação gratuita, desinteressada faz uma ruptura no inconsciente; cria uma abertura no inconsciente. Por essa abertura, a alma libera energia; os dois níveis de energia de fora e de dentro encontram-se a pessoa vê em si mesma uma espécie de céu aberto; um clarão.
Por que a alma libera essa energia? Porque a pessoa se doou em defesa da vida e a vida é um atributo da alma; a pessoa está se atirando, sem qualquer interesse, por preservar um atributo da alma; a alma a ajuda.
Mas por que a pessoa morreu, se tentava preservar um atributo da alma? O espírito tem seu tempo e o próprio Cristo nos dá testemunho disso quando afirma; “o meu tempo ainda não chegou” Jo 7,6.
Numa situação de abertura como essa, o espírito deseja abreviar o próprio tempo para se consumar na luz.
De maneira que nós, do lado de cá, vemos o absurdo de alguém morrer por querer ajudar; do lado de lá o espírito se envolve na iluminação que alcançou pelo advogar uma causa da alma, esquecido de si mesmo.
Se o corpo não resistiu ao esforço, isso nada conta; nosso corpo é apenas o palco onde se realizam os grandes dramas.
Não sei se me faço entender.
Uma mulher estuprada, que resistiu àquilo até a morte; sai daqui limpinha porque tudo fez por preservar a verdade que ela traz consigo; a verdade é um atributo da alma; lutou por preservar incólume um bem da alma; a alma lhe abriu as comportas com que resistir; se o corpo não resistiu, prevaleceu a verdade interior que o espírito leva como enxoval.
O mesmo com aquele homem; lutou por preservar a vida, independente de saber a quem estava ajudando; segundo nossa visão, ele perdeu a sua; mas há outra visão segundo a qual, por ter sido um ato de doação, em um momento de extrema urgência, o espírito daquele corpo deu um salto em desenvolvimento para outro plano. O corpo ficou na terra porque é da terra.
Nós do lado de cá, vemos um corpo salvando vidas e morrendo para salvá-las; há um outro lado de onde se vê um espírito colocando-se voluntariamente a serviço de salvar vidas.
Nosso corpo é apenas o vigia que presta serviço para manter o andamento da fazenda, onde habitam os nobres.
Os soldados se põem na linha de frente para salvar vidas; morrem defendendo vidas; aqui já é preciso saber qual a situação pessoal em que cada um morreu: com ódio, com desprezo, inocente?
São situações diferentes daquela do homem a que você se referiu; este cometeu um supremo ato de amor: nada pediu em troca; apenas se lançou e as conseqüências foram que se libertou deste plano em ato de doação de si mesmo, sem nenhum comando; sem nenhum interesse que não fosse o de preservar a vida. Saiu dela com diploma de graduação. 

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