“Prova do fruto proibido e serás expulso do paraíso. Prova da árvore do Conhecimento; afasta-te do Todo, para te saberes parte do Todo.”
Inteligente essa moça; andou cavando em alguma literatura do médio oriente. Isso é participação.
Leitor, você precisa entender isso.
O texto é paralelístico com uma passagem do Gênesis, quando o Senhor recomenda a Adão não comer do fruto da árvore que está no centro do jardim Gn 2,16. Deus está recomendando a Adão que não saia de dentro dele mesmo; permaneça ali; a interioridade humana é o paraíso.
Deus criou o homem com os atributos de memória, razão e inteligência.
A árvore que continua no centro do jardim é a mente; o fruto proibido dessa árvore é a razão; a razão está no meio: entre a memória e a inteligência. A razão é que dá frutos bons e maus: serve-se para o cálculo de salvar vidas e serve-se para o cálculo de fazer a bomba.
Permaneça aí dentro; se você se utilizar da razão, ficará preso ao fato concreto, à demonstração, ao raciocínio, ao conhecimento; você vai se apegar a essas coisas e será muito difícil que a mente retorne para seu interior, onde tudo é vazio. A razão leva ao conhecimento; se você provar do conhecimento, vai se apegar aos dados concretos que são mais fáceis de trabalhar; a mente não se desenvolverá.
O texto está nos lembrando que, desde Adão, há a advertência de que não nos apeguemos à razão; ela puxa o homem para fora dele mesmo; ele se apega aos fatos concretos e não encontrará motivo para trabalhar a própria interioridade. As duas partes dele formam o todo; se ele se afasta de uma delas, afastou-se do Todo; afastado do Todo, a dor, o sofrimento, as amarguras vão fazê-lo despertar para a outra parte que está nele; então se perceberá dotado das duas partes que compõem o todo; então se perceberá como parte do Todo.
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