quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Por que eu ainda me decepciono? – 4/6 ( Em 21/10/2008 )

As três perguntas abaixo são da Ilza. Observe-se o ambiente restrito que ela criou para fazer a pergunta, dando margem a espaços mínimos para as respostas. É muita inteligência dessa moça!        

                 Por que eu ainda me decepciono, mesmo sabendo da intenção do outro?

O nó é causado pela intuição; você intui que ele não vai cumprir o que promete; mas ele não cumpre porque não tem os atributos de se submeter; pela intuição, você sabe disso, mas investe assim mesmo. 
Cada pessoa tem seu ritmo e você espera que ele se adapte ao seu; você sabe que o ritmo dele é diferente do seu, mas joga tudo pelo desejo de fazê-lo desenvolver-se. É próprio da mulher.
Então dois fatores se submetem a  essas potencialidades:

                                         - a intuição, do feminino. 

                                         - a vocação de conduzir o outro.

Pela intuição, você tem as premonições de que ele não vai cumprir o combinado; pela vocação você investe tudo no sentido de conduzi-lo a um nível mais alto. É vocação da mulher.
A coisa fica assim: você fica decepcionada com você mesma por não ter penetrado ns intenção do outro; você projeta nele uma expectativa que ele não está em condições de atender, embora faça todo tipo de promessas.
Faz lembrar aquele escorpião. Querendo atravessar a correnteza, pediu carona à tartaruga
- não! Você me aferroa na travessia.
- como, se eu também morrerei!
- no centro da correnteza, veio a picada fatal.
- por que você fez isso, se sabia que iríamos morrer?
- é de minha natureza; eu não posso modificar minha natureza...
            A natureza do escorpião é picar; a natureza da mulher é investir no desenvolvimento do homem, nem que se sature de amargas decepções. 
Nós medimos as pessoas com a fita métrica de nossa formação e só depois  percebemos que algumas não têm sequer extensão que se medir. A tartaruga entrou nessa, e a tartaruga somos todos nós.
É comum entre as meninas o desabafo de colegas; contam os amargores por que passaram ou passam; o vento muda de lado, vem a desavença a discussão e a confidente de ontem, vale-se do segredo que mantém da outra para escancarar as intimidades dela; não há como não curtir uma amarga decepção, sentir-se como se suas roupas fossem transparentes, exibindo tudo pela decepção de ter confiado demais.
Também a confidente se desculpa assim:
- é de minha natureza; você é que confiou demais e não levou em consideração que nossos ritmos são iguais e eu também não sei guardar segredo.  

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