segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Onde realmente vivemos? - 5/6 ( Em 15/12/2008 )

             Depende de onde pusermos a mente, ou melhor depende do que se vem fazendo com a mente. Neste tipo de análise, pouco importa o espaço; onde estivermos aí está nossa mente e é com ela que temos de nos haver.
            Acontece é que, no passado, cometemos deslizes cujos efeitos somente agora recaem sobre nós e nos sentimos, não raro, vivendo no inferno; não percebemos que, o que sofremos hoje é resultado do que fizemos ontem; isso realmente dificulta saber onde estamos vivendo.
           Essas conseqüências de ações passadas podem ser neutralizadas apenas e tão somente por um expediente; vejamos o mecanismo todo:

- lá atrás, eu cometi um ato de violência; 

- a energia daquele ato vai voltar para minha mente com a mesma pressão com que fui  violento;

- só há uma forma de eu escapar dessa energia:

- conduzir a mente para dentro de mim mesmo.

- como a energia que volta é de movimento, ela não pode entrar em nosso interior, que  é área do repouso.

- essa energia vai ficar rondando até me alcançar, se minha mente não estiver protegida.

           Olhamos em volta; o que vemos? O vazio, o nada. Se estamos cercados de nada, se o nada é nossa fronteira, por que nos apegarmos, se vamos nos integrar no nada? O monge Thomas Merton afirmou que nenhum homem é uma ilha; essa afirmação se aplica à exterioridade humana; do ponto de vista do espírito, todo homem é uma ilha porque a construção é individual; cada um seguido para o vazio. E pior aí ainda: o meu nada pode ser diferente do seu e isso me isola ainda mais no vazio.
             Vivemos um mundo em que precisamos nos adaptar a vivermos no vazio; o vazio é nosso destino.

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