segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Carta a São Paulo - 2/6 ( Em 02/01/2009 )

São Paulo, meu querido, eu sempre tive implicância contra você pelo que você diz sobre a mulher; imaginava que você falava ao pé da letra e... Por que não dizer? Achava aquilo desprezível. Só mais tarde eu vim a compreender o que você diz e entendo ser de pura justiça: você se coloca do lado de cá e fala sobre as coisas do lado de lá, daquele mundo de onde veio a mulher. Parabéns Paulo! 
Há uma frase sua sobre Cristo que sempre me causou espécie; eu não encontrava uma linha de pensamento de que você se utilizara para chegar a essa afirmação. Você dizia de Cristo que queria "colocar os inimigos debaixo dos pés" 1 Cor 15,25.
Você percebe quanta dúvida há nessa afirmação? Primeiro que, sendo o Cristo puro amor, como poderia ter inimigos? Segundo que sendo Cristo perdão, como poderia alimentar tanta sede de vingança? Por que debaixo dos pés?
Mas veja como se estreitaram nossos caminhos: eu vivo insistindo sobre o inconsciente; as vozes que vêm do inconsciente atormentar nossa cabeça. Em uma dessas curvas dos caminhos descobri que esses inimigos que Cristo quer colocar debaixo dos pés são essas vozes causadas por nossos traumas; é preciso fazê-los escoar; como vieram da terra, devem voltar para a terra; a parte de nosso corpo que está em contato com a terra são os pés; elas devem ser escoadas pelos pés para a terra. Grande Paulo! Show de bola!
Ai, ai, ai meu querido! Se os terapeutas lerem isso vão me massacrar por ameaça de perderem sua clientela! Já pensou se isso pegasse! Seria por isso que você deixou tão velada aquela afirmação? Será? Deixou que eu a desvendasse!
É muita inteligência seu moço! Acho até que devo bater palmas pra você.
Sobre o que você diz da mulher, eu voltarei em outra oportunidade para mostrar-lhe que, ainda uma vez, eu saí perdendo nessa queda-de-braço com você.
Você é demais, hem Paulinho...

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