É o mesmo com a fé. A fé resulta da prática persistente e contínua de uma atividade: quanto mais vivenciamos a prática, mais ela se inculca em nós; a fé vem subindo como o broto da planta, resulta do viço das raízes. A fé é o resultado da conciliação entre nossa vontade e a prática; da conciliação de ambas, resulta a fé como terceiro elemento.
A fé aflora como vicejada na verdade interior; pela prática vem a consciência do que estamos fazendo; da consciência vem a fé. Pode ser também pela visão de algo com que nos identificamos; já vínhamos vivenciando aquela realidade; ela apenas aflorou ante à visão.
A fé é resultante da conciliação dos opostos entre atuar no mundo e atuar sobre nós mesmos; quanto maior for a intensidade dessas ações, mais se intensifica a fé.
A fé resulta de nos colocarmos com humildade diante do incerto; a fé não é um dom; é resultado de uma ação contínua fora e dentro de nós.
É preciso distinguir entre a fé e a certeza; a certeza resulta de cálculos matemáticos, lógicos; a fé resulta dessas cálculos matemáticos aplicados à consciência, de tal modo que a fé apareça como equilibração dos opostos. O fervoroso tem essa visão instalada na própria realidade e sabe orientá-la na direção de seus ideais.
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