A mente se solta e sai correndo, no afã de querer se antecipar ao que ainda não é, se é que vai ser. A palavra é composta de préocupação; uma ocupação antecipada. A mente se ocupando com algo que teme acontecer.
A preocupação se realiza em dois níveis: pela ação e pela condição humana.
No âmbito da atuação humana, a preocupação é conduzida pela razão, pela mente; o pai preocupado com o filho, a filha por motivo vário, desde a assimilação de atitudes que rompem o código da família, isso é a mente concreta lidando com aspectos concretos da realidade; isso é normal, no âmbito da razão, do fato real.
Mas a mente não pode alcançar o abstrato, como prever que o filho siga esta ou aquela vocação; não raro os pais se frustram porque os filhos saem alheios a suas aspirações.
Fazem-se previsões com relação ao desfecho pela progressão de certas doenças e o doente se levanta e desafia as leis da lógica.
Fazem-se previsões relacionadas com o fim do mundo e coisa assim; a mente racional querendo avançar no âmbito do abstrato; não vai dar certo porque ela não tem em que se apoiar; só pode sair por aí pregando invenções e iludindo os incautos.
Prever que as geleiras vão derreter, isso é cálculo matemático proporcional; correto; prever que, em virtude de as geleiras derreterem o mundo vai se acabar; isso é entrar no campo do abstrato a que a mente não tem acesso.
A mente preocupada, não resolverá sua preocupação, não está a seu alcance.
Preocupamo-nos com o fim do mundo, apoiados em fatos do passado, mas o passado é exterior a nós e a preocupação só tem fundamento quando é resultado de uma sintonia interior, com o sagrado; mas quem alcança o próprio interior já não tem preocupação.
Para lançarmos a seta, é precisamos curvar o arco; sem a curvatura do arco, a seta não ganha impulso; assim conosco; se não nos curvarmos à lei escrita em cada um, não podemos lançar a mente rumo ao próprio coração; nossas preocupações ficarão retidas por falta de impulso.
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