quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tristeza - 6/6 ( em 12/08/2008 )

Tristeza é um sentimento do sujeito com piedade de si mesmo; eu sou vítima de uma perda, de uma ingratidão, de um não reconhecimento que eu esperava.
É a dor de esticar a mão e não alcançar o objeto, o braço encolheu; a tristeza tem causa em algo que nos escapou; portanto, nutre-se do passado.
Na perda de um ente próximo, quando se exaltam suas qualidades, por trás do que se diz, fica a impressão de que a exaltação se dá pelo que se perdeu com a ausência dele.
Assim a tristeza se veste com roupas antigas e se mascara com o novo; sabe conduzir a mente a voltar-se para as periferias si mesma.
A tristeza tem o dom de tornar um ambiente escuro, sombrio; não se saber abdicar do que se perdeu; não se aproveita a derrota para aprender algo; não se cresce com a derrota.  
A tristeza nos arrasta para o passado e o passado é um tempo fora de nossa realidade aqui e agora. Viver no passado é alienar-se, sair de si mesmo para um tempo que já não mais existe; ai a tristeza faz ninho.
Mesmo na perda mais pessoal é preciso entender aquilo com um exercício de abdicação, de solidão, uma possibilidade de despertar outras potencialidades que se encontravam latentes.

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