segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Maldade – 3/6 ( Em 26/08/2008 )

            Origina-se de um inconsciente agitado na intimidade. Quer estender sua agitação para o outro; atua pelo nível em que está, nos planos inferiores da mente; procura condizir a seu plano a moral, a honra de alguém.
Resulta disso a maldade ser inconseqüente; não mede o alcance da desordem que quer implantar; faz isso por simulação na intimidade do outro.
Num primeiro plano, fustiga-nos pelas vozes internas; depois incha dentro de nós, rebenta as amarras e se põe a cometer toda espécie de cálculo, inventando formas de como injetar nos outros o produto de seu veneno. Por isso, a maldade é calculada, bem urdida, para desestruturar, desmoralizar, destruir.
A maldade tem longo alcance e sabe ficar à espreita esperando o momento de se arremessar contra alguém ou de se insinuar por frases curtas, incisivas, precisas e sem pudor, sem escrúpulo, inconseqüente, porque quer apenas o êxito de seus planos, não importa os meios de que se utiliza.
A pessoa má traz o peito saturado de maldades, embrulhadas como presentinhos que distribui de mesa em mesa; é o resultado de sua bílis rancorosa, derramando esguichos ácidos sobre a honra de alguém; e o faz tão bem que é de todos confiável e todos pegam na ponta do lençol em que arremessar a vítima na vala comum.
A maldade leva o indefeso a arcar com o peso dos custos com que se erguer, humilhado, comentado, desacreditado, enquanto o agente da maldade fica escondido por trás do “eu não sabia, eu não sei de nada”; sai dali e vai, pelo cochicho,  pôr às escâncaras a moral e os costumes de um cidadão, de uma família.
Durante muito tempo, atribuiu-se à língua o ser má; mas a língua é apenas o instrumento de que a maldade se serve para desfechar seu golpe contra os inocentes e pôr-se a preparar a próxima emboscada, sem descanso, sem tréguas, que a maldade tem os olhos abertos e as garras afiadas para impor-se pela desfaçatez.
Sabe quando alguém vai sentar e o outro puxa a cadeira? Aquilo é cálculo da maldade; ela nos puxa a cadeira ante o supervisor, o superior hierárquico apenas para nos ver cair e que sejamos ridículos aos olhos dos demais.
Quantas demissões são conseqüências de muitas puxadas de cadeira que a maldade sabe preparar aos ouvidos de quem tem o poder decisão?...

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