A mulher chora porque recebe fluxos de energia de dentro para fora; esses fluxos vêm da Consciência em forma de ondas, arroubos aos quais ela não tem acesso nem tem controle.
Assim como o homem recebe energia de fora e reage pela força, a mulher recebe energia de dentro e se manifesta pela capacidade de sintonia com outras realidades além de seus limites humanos.
Intuições incontidas, arroubos de alegria interior, sintonia com a causa que a trouxe à terra. A causa que trouxe a mulher à terra foi a de “esmagar a cabeça da serpente”, a serpente só entende a linguagem da razão, da memória; a mulher fala linguagem de sabedoria, verdade, justiça e amor; a serpente não entende disso.
Se uma mulher não chora, é provável que tenha perdido a sensibilidade por adesão aos atributos do masculino; perdeu a sintonia com suas forças interiores. Isso não é um sinal positivo para a mulher, se ela se esquece de seu feminino.
Outro dia, num restaurante, chegou uma mulher, ocupou sozinha a mesa ao lado; constantemente chamada pelo celular, orientava, dava ordens calma e serena; até aí, o masculino. Elegantemente bem vestida, a pintura discreta, pele bem cuidada, expressão do feminino. Aquela mulher conciliava em si as duas forças entre o ser e o ter; entre o ser e o não-ser.
Pena que Shakespeare não a viu! Teria modificado o texto que pôs na boca do Hamlet.
Nisso passaram duas moças que cumprimentaram aquela mulher com certa reverência e iam adiante.
- aonde vocês vão?
- vamos sentar ali naquela mesa.
- sentem-se aqui, comigo.
Percebi o constrangimento feliz daquelas duas. É certeza de que choraram no seu silêncio pela deferência que lhes fez a diretora.
Também aquela mulher chora pela emoção de ser simples, na valorização daqueles que lhe são subordinados e, em tudo, uma sintonia com a própria interioridade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário