Marisa querida, recebi sua mensagem. Tal foi a impressão de suas palavras, seu pedido de oração, que parecia estar ouvindo o salmista: “das profundezas, clamo a ti, ó Senhor” – Sl 130,1, embora eu nada tenha de “Senhor”.
Talvez você não se perceba mais próxima de Deus do que eu; eu não reúno qualidades para que você me tome como algum referencial, mas soube levar adiante como se qualidade tivesse para pedir por você; percebi o quanto você pessoalmente está serena como o eixo da roda; enquanto em torno de você é o torvelinho, o desajuste entre os que conduzem a barca.
Deus abençoe suas preocupações.
Você me dá a impressão de que dificilmente lerá esta carta, mas eu deixo consignado um pouco do que me debrucei sobre seu pedido, caminhando junto com você.
É de minha natureza amar os que sofrem; as pessoas que sofrem me motivam o coração a estar com elas, independente da distância.
Não sei de onde vem sua mensagem; sei apenas que me chegou; seus anseios chegaram até mim e me ocupei deles com o coração aberto.
Siga querida, no rumo em que você me apontou; é nobre, siga em frente mesmo “cantando sobre as águas do dilúvio”, que o dilúvio é passageiro e não afoga os espíritos superiores; se nos pedem a mão, é porque não se julgam com forças para se manterem, em equilíbrio, enquanto tudo em volta roda e ameaça afundar.
Assim Deus testa os espíritos de escol, entre os quais incluo o seu.
Deus a ilumine sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário