quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nem sempre sou eu - 4/6 ( Em 28/05/2008 )

            Dado que estes textos são intimistas, a presença do “eu” não é exaltação do eu, mas uma intenção de globalizar, relacionada com o assunto de que se trata.
O eu se torna um ente coletivo, geral universal; ele aparece quando o assunto se refere a camadas profundas da alma ou da psique e é de abrangência coletiva.
Não sei aonde ouvi ou li que certa linha de pensamento não aceita a existência do inconsciente; eu fiquei sem saber onde engavetar essas urubus que nos farejam a mente pelo agudo sentido de nos exaltar as fraquezas.
Somos fracos porque incessantemente farejados por essa casta de hienas, sempre preparadas por nos pilhar a paz.
Se aceito que não existe inconsciente, aceito que tudo é consciente e que portanto posso extirpar as raízes do mal que se dispõem a se servir de mim; sou conivente com eles.
Todas essas linhas de pensamento são respeitáveis porque se estabilizaram no consenso de muitos; nós, de outra região, com outra fundamentação é que não encontramos a lógica de enquadrá-las em nossa realidade.
Se conseguíssemos dissolver nosso inconsciente pela adoção de princípios, deixaria de haver a diferença entre eu e Eu. Tudo seria Eu. A mente estaria ligada à consciência por via direta e, a qualquer algo que aparecesse contrário, era só fazer uma ligação urbana, perguntas e respostas.
Sem o inconsciente, o mundo seria de paz. Ninguém saberia sobre guerras de poucos e de muitos . Quem sabe, o eu não existiria sequer no dicionário
Vida fácil, não! Jardim do Éden. 

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