Por essa tomada, já se percebe uma predominância dos instintos sobre a mente.
Quando deixamos de usar a mente, as vozes de baixo se impõem à racionalidade.
Temos de confrontar os dois aspectos e a decisão do autor.
Se o pensamento é a manifestação mais elevada do ser humano, a fala é expressão do pensamento; é um valor intermediário entre o homem e os planos superiores; pela fala, o homem se projeta no itinerário de seu destino. Perder a fala e optar pelo falo é que é regressivo, porque o falo responde aos instintos e os instintos não pensam.
O autor chega a afirmar que, quando perdeu a fala, a princípio se sentiu muito bem, depois é que veio a substituição.
É claro! Sem a fala, ele alcançou o silêncio e ali deveria ter permanecido. Não resistiu que a linguagem do silêncio é inicialmente pesada, penetrante; não pode fazer frente ao barulhão que vem do mundo dos instintos. Na preferência que o autor fez é que está o andar para trás.
Deve haver em morfologia humana ou na medicina um estudo sinestésico sobre o qual, quando se perde um órgão, a energia do órgão perdido se desloca para outra área. Pela Sinestesia, fica desvendada a intenção do autor em estabelecer uma relação libidinosa entre língua e falo.
Não deixa de ser interessante o fato de se ter tomado a fala como metáfora para esconder uma intenção; mas a força da Semântica desvenda o que está por trás do que é.
O que sobra do texto e a percepção de uma pessoa agitada por seus instintos no calor tropical de nossa terra.
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