quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Crônica - O caminho - 1/5 ( Em 21/05/2008 )

            Procuro alguma coisa em mim mesmo. Não sei; algo que vem lá de longe arrastando  os chinelos e, nos escaninhos de mim, esconde-se quanto mais se aproxima.
Por que não se apresenta de uma vez e resolvemos nossas pendências?
- mas você não disse que, dentro de nós, é a luz!
Verdade. É que eu estou descendo preocupado com essas coisas e aqui dentro é o não pensar.
A gente tem de andar muito. Dentro de nós existe um chapadão que temos de percorrer; é certo que o terreno é plano. Lá dentro, há como que um castelo envolto em neblina, uma espécie de fumaça que não se dissipa porque o vento é raro.
Ali reside a princesa; se os portões não estiverem abertos, escalarei o muro que as alturas me seduzem. E, quando lá dentro, procurarei a câmara da princesa; ela está vigiada por guardas de extremo rigor e pelos quais terei de passar; será preciso muita estratégia para não me expor à vigilância; eles são embusteiros, invasores que a mantêm aprisionada há muitos séculos.
Tirarei de mim toda a vibração do movimento; o zero do repouso não aciona o movimento em que eles se encontram; assim passo; meu encontro com ela será de envolvimento na luz, nas profundezas do silêncio.

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