Cabe ao homem a incumbência de encaminhar os filhos para sua realização no convívio social e no âmbito profissional; cabe à mulher encaminhar os filhos e inclusive o marido para que se realizem pelo lado de dentro de si mesmos.
O descumprimento dessas incumbências cria os conflitos; todos se irritam com o que a mulher lhes interroga no lar e não percebem que ela está exercendo um dever.
A mulher é depositária de uma luz interior que a conduz a despertar latências, inclusive
no marido. Para isso, ela precisa trabalhar a mente de todos.
Ela alcança esse objetivo fazendo perguntas, sobretudo ao marido. A cada pergunta o homem busca respostas dentro dele mesmo. Faz o exercício de interiorização.
As perguntas que a mulher faz são alimentadas pela intuição, o amor, a justiça, a verdade. Sua tarefa é a de se esforçar que os seus despertem para a vida interior.
No Gênesis, esse assunto é atribuído à mulher como dever de “esmagar a cabeça da serpente”; isto é, falar uma linguagem que a serpente não entende. (Gn 3,15). A linguagem que serpente não entende é a de amor, justiça verdade, intuição. A serpente só entende a linguagem de que o homem se utiliza, pelos três atributos de: memória, razão e inteligência.
Com esses atributos, é fácil induzir no homem: à malícia, ao orgulho, à superioridade, à imposição e a tantas vaidades assim.
No lar, se as opiniões do homem e da mulher se chocam; resultam desses choques de opiniões, os conflitos que são bem a gosto da serpente.
Os filhos presenciam conflitos assim e, não raro, perdem a confiança nos pais.
Os conflitos familiares são fontes geradoras de insegurança nos filhos. Eles raciocinam assim: eu não acredito em mim porque sou conflituoso; como meus pais são conflituosos, eu não tenho em quem acreditar.
A função de pai e mãe é a de criar nos filhos referenciais de coragem, de união, de paz, de participação, de religião. Sem esses referenciais, é certo que os filhos ficam à deriva, desnorteados, desmotivados.
Os motivos de conflitos são de muitas faces, mas o conflito é de um só efeito: a forma negativa que se projeta nos filhos. Eles passam a perceber que, se os pais discutem, é porque são inseguros; não têm firmeza de suas posições.
Se o casal quer se manter unido, não brigue. Resulta da briga entre os casais um desrespeito que um passa a ter pelo outro.
Ante um motivo grave, não adianta apontar o outro como culpado; os dois devem assumir igualmente o ônus da situação.
Para isso, o silêncio é o melhor mestre.
A união de um casal se faz pela capacidade de cada um em ceder, perder para o outro.
Por não saber perder entre si, o casal se desgasta em considerações que nada sedimentam sua união, muito menos com seus filhos.
Os gritos separam os corações. Os corações querem aproximação e isso se faz pelo silêncio de que se nutre o espírito em formação nos filhos.
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