De fato eu posso saber algo sem conhecer esse algo. Minha alma viveu esse algo que eu não conheço e se lembra dele.
Sem que eu percebesse, esta idéia de Platão, tem orientado minhas afirmações desde o princípio: no interior de todos nós está a alma e seus atributos; eu não vi; sou ignorante quanto a isso, mas minha alma viu e sabe qual o caminho me faz chegar a certas regiões no interior de mim mesmo; ela tem a lembrança, a reminiscência.
Convém lembrar que, no contato com a matéria, a alma esquece de tudo; com o esquecimento, a alma fica limitada a emitir energias de repouso.Nós aqui de fora é que temos de abrir espaços em nós mesmos para que a alma possa nos enriquecer a visão interior.
Mas como foi que eu me esqueci disso! Por que só agora me lembrei: eis aí um exemplo típico de reminiscência. A alma despertando e me mostrando sua real condição de esquecida, na densidade da matéria. Nem é bem esquecida, mas isolada, incomunicável.
À alma só chegaremos pela meditação.
O tema é tão bonito que até me esqueci do que ia fazer. Já sei ia estabelecer um paralelo entre ignorância e ciência. Quando percebo, coloco-me no meio; não era aí que os latinos nos mandavam situar-nos? “virtus in médio”.
Guerreiros como eram, não sei como diziam essas coisas! É que também entre eles havia as castas e os alugados para a guerra; encontraram o meio como lugar da virtude;
exatamente onde se situa a reminiscência da alma humana apontada por Platão.
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