O Antônio Carrasco teve a gentileza de me mandar um artigo em que se imagina a possibilidade de o cachorro sonhar e a revista cria duas hipóteses:
“Se entendermos o ato de sonhar como o conjunto de sinais que refletem a atividade do sistema nervoso e de alguns músculos, a resposta é sim, o cachorro sonha. Se, por outro lado, entendermos o sonho como um evento no plano da consciência – fenômeno tipicamente humano –, o cachorro não sonha. Prefiro essa segunda definição de sonho, o que me leva a dizer que, embora o cachorro exiba movimentos (de olhos, bigodes) e atividade elétrica cortical (eletroencefalograma) semelhantes aos do ser humano, não podemos chamar esse fenômeno de sonho.” Revista Ciência Hoje – Setembro - 2006
Agradeço ao Antônio o ensejo de me trazer de volta ao assunto.
Como se vê, o cientista não abordou os sonhos do cachorro do ponto de vista do inconsciente.
No texto que escrevi, demonstrei que o cachorro tem consciência, porque tem espaços vazios no coração; se tem consciência, por oposição, tem inconsciência; no inconsciente do cachorro instalam-se os “traumas”; ele também passa por situações de susto, medo, privações extremas, doenças, ameaças; ele não tem memória desses acidentes, mas eles estão lá, forçando a saída de um lugar a que damos o nome de inconsciente:
- entram no animal, por situações de agitação, de “aflição”;
- levam o movimento para o lugar de repouso, dentro do animal;
- o movimento não pode ficar retido; força a saída.
A única forma de o animal aliviar essas agitações internas é pela “catarse”; como o animal não fala, a única forma de fazer catarse é através do sonho.
Leve-se um vira-lata ou coisa assim, bem da rua, para dentro de casa, por ampará-lo; mesmo acostumado com o protetor, observe-se como ele se comporta medroso ao ver o dono com um pau, uma corda, ou com gritos; esses são valores sob os quais ele sofreu ameaças. Perceba-se que suas reações são de medo, fuga, esconder-se; dependendo da situação, torna-se agressivo.
Está sempre dormindo porque o sono alivia as “tensões”.
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