quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Os traumas - 2/5 ( Em 21/05/2008 )

São sementes geradoras dos conflitos e que se nutrem de nossas aflições; desses conflitos, originam-se as vozes internas que tanto nos puxam para o negativo, para as sombras.
Eles habitam dentro de nós, sem que tenhamos qualquer notícia sobre presença tão inoportuna. Não nos lembramos como e quando entraram em nós, mas o fato é que se instalam em nosso inconsciente e dali comandam a anarquia.
Existem dois tipos de traumas:
a - contraído no momento em que fomos fecundados.
b - assimilados nos primeiros tempos de nossa idade.
            Já discorri sobre este primeiro assunto, não com este embasamento; então convém repetir. As atividades sexuais deveriam ser atos conscientes e inteligentes; em cada ato de fecundação devem estar presentes: o corpo, a mente e a consciência de pai e de mãe.
            O que sabemos sobre num ato sexual é que predominam os impulsos; os dois dominados pelo afã de seus corpos; dominados pelo frenesi do momento.
- o homem se centra em seus órgãos reprodutores.
- a mulher concentrada em seus órgãos reprodutores.
            Ambos querem tirar o maior prazer do momento, cada um de si, sem a preocupação de passar para seu filho os atributos que nos distinguem dos animais.
            Onde ficou a mente e a consciência? A isso é que algumas religiões chamam de pecado original; pecado de origem; já nascemos com ele porque nossos pais não passaram para nós a mente nem a consciência em nossa fecundação; fomos fecundados sem duas das pessoas da trindade. 
Conseqüência: a filha, o filho que nasce de geração assim, é todo matéria; tem de começar do zero com a mente e a consciência. Por isso temos dificuldade de pensar; Os filhos nascem apenas com a origem biológica dos pais; faltaram aos filhos todas as ligações com as duas instâncias superiores de mente e consciência; daí surge a insegurança, o medo, a neurose, a psicose; são tendentes a contrair doenças de origem desconhecida porque são depositários de valores muito altos e não têm abertura para se utilizarem deles. 
            Sabe a história daquela borboleta que se esforçava ao máximo para sair do casulo? O sujeito quis ajudar e rompeu algumas partes para liberar o serzinho; depois verificou que ele nasceu atrofiado porque não tinha feito o esforço por sair. Nós nascemos atrofiados assim porque as fontes geradoras não nos infundiram os atributos que tinham desenvolvido em vida.
            Os pais não são culpados; eles foram gerados e geraram com o mesmo nível de ignorância sobre esses assuntos; eles não foram orientados.
Já os traumas assimilados sobretudo na primeira idade são decorrentes de acidentes:
de susto, pancada, fogo, febre alta, doença grave, briga entre os pais; esses acidentes já foram esquecidos; mas permanecem no inconsciente e se agitam dentro de nós porque vieram de fora para dentro; do movimento para o repouso e não conseguem sair; alojaram-se no inconsciente e só saem pela consciência, pela lembrança.
            Em virtude de sua agitação, tudo se sorna num caldeirão em nosso interior.
            A psicologia recomenda meios  de se tirarem aqueles adquiridos ao longo da vida, mas aquele primeiro permanece, porque as sacralidades de mente e consciência não foram incluídas na fecundação. Como prevenir essa chaga sobre nossos filhos?
Basta que se concentrem ambos no coração ou na mente, porque foi aí que “o Senhor pôs suas leis na mente e as gravou no coração Hb 8,10. 
            A única forma de apagar todos esses traumas é pela meditação; a busca do silêncio interior; quando fazemos meditação, esses embustes se dissipam porque não resistem ao silêncio. Por isso, o silêncio é a arma do sábio.

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