quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Humanista, eu! - 5/6 ( Em 29/04/2008 )

Não existe qualquer aproximação entre a interiorização e o humanismo. Os humanistas, a seu tempo, foram de grande avanço para os ideais da civilização. Deles temos a melhor das impressões em virtude dos ideais que difundiram e o vigor com que o fizeram, só que desses ideais já estamos afastados quase cinco séculos.
O humanismo coloca o homem como centro;
Agora se coloca o coração do homem no centro;
Lá era o homem desbravador, que se lançava aos mares e desfrutava os ares da alta burguesia; aqui se visa ao homem que deixe tudo isso e promova uma viagem à própria interioridade, distante de tudo, inclusive de si mesmo.
O humanismo foi de influência grega; a Grécia lhe forneceu as idéias que vinham de Sócrates, via Platão; a Grécia forneceu os mitos. Experimentados e vividos esses temas, o ideal que pleiteamos hoje é do nada para mais nada e nisso está o distanciamento do ideal humanístico.
A interiorização não tem o que exaltar; a interiorização é busca silenciosa cada um em si mesmo. 
Uma última diferenciação entre tantas: o humanismo foi uma reação ao teocentrismo: Deus como centro de tudo; essa concepção vinha desde os primórdios; em vez de Deus como centro, o humanismo adotou o homem como centro.
Os humanistas tinham pontos variados de destino pelo mundo; atualmente o mundo é interior no reino da Consciência. Para se alcançar a Consciência, é preciso perder o apoio, boiar nas correntes que nos levem para o centro de nós mesmos.
Abdicar de qualquer centro que não seja encontrado no silêncio; é o roteiro de um novo mundo e a construção de um novo homem. 
Atualmente nosso destino é para Deus; as naus estão dentro de nós; a viagem é vertical. 

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