Fomos orientados a viver em dependência do dinheiro.
Fomos orientados a nos colocar submissos diante de Deus.
Deus não nos quer submissos; Deus quer conscientes.
Por nos julgarmos dependentes, nivelamos tudo pela lei do escambo: dar e receber: se eu trabalhar, eu ganho; se eu orar, eu recebo; Deus me ajuda porque eu faço minhas orações. E tudo funciona por troca: toma lá, dá cá e nisso nos ocupamos o tempo todo.
Essas são fórmulas bem urdidas para nos manterem presos, submissos, ignorantes, acomodados entre as paredes de uma prisão de que não temos consciência.
Quanto mais a burguesia se impunha e se consolidava, mais fomos perdendo a consciência de nossa liberdade; em conseqüência reforçamos nossa confiança num Deus protetor, sem que nada façamos por ser protegidos.
A burguesia plantou em nós o gosto pela superficialidade; é muito mais fácil vender pelas aparências; a casa deveria está pintada, retocada, arrumada; não importava se o encanamento era podre; valiam as aparências.
A burguesia implantou a desordem na mente humana, motivando-a a destruir a natureza; agora apresenta-se como solidária de uma preservação em que ela não alimenta o menor interesse.
Alguém dirá: - esse negócio de burguesia já era; isso é coisa do passado. A própria burguesia criou essa pecha para atuar com mais liberdade nos subterrâneos da mente sem ser percebida; é de sua tática; basta ver como aumenta indiscriminadamente o preço do petróleo, como resiste a diminuir suas fontes de poluição e como subsidia os próprios produtos, tirando qualquer possibilidade de os mais fracos entrarem em seus mercados.
A reconstrução será cada um em si mesmo; é a única forma de nos libertarmos da confusão que se implantou em nós; a única forma de eliminarmos a ignorância é nos entendermos como centro; enquanto ficarmos do lado de fora esperando das periferias, seremos sempre dependentes de condicionamentos que os séculos inculcaram em nós como forma definitiva de nos amordaçar
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