segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Inclemência ou indecência? 1/6 ( Em 09/07/2008 )

Pois é. Prenderam o homem. Há cinqüenta anos, levava o gadinho a pastar no lugar; veio a estrada de terra; e passou pela estrada de terra, uma juíza que o advertiu: ali não era mais lugar de pastar gado.
Embotado naquele mundinho, ele não sabia o que fazer; continuou. Prisão por três anos. Premiado por bom comportamento, ele não voltou; precisava cuidar da esposa acidentada. Segunda prisão, agora teria de viver com mais de 21 bandidos de toda espécie, apesar de seus 79 anos.
Dá pra perceber a mente canhestra dessa senhora!
Dá pra perceber os limites da prepotência?
Dá pra perceber a inclemência de alguns togados?
Esses mancham a classe; esses desconhecem a balança; esses fazem da arrogância imposição do poder.
Aqui sim se pode dizer: pobre Brasil em que os que têm o dever de zelar, confundem-se no lixo do preconceito, reduzem o Direito a fórmulas matemáticas: ou é oito e ou é oitenta.
Não cumpriu ordens, é desacato, é insubordinação, é sei lá o que mais.
Essa juíza se situou em um dos extremos e desconsiderou a idade, os costumes daquele homem da roça; a vivência com seus animais. Tudo foi de roldão!
Fala-se tanto do índio que tem direitos a isso, àquilo, àquilo outro e o que dizer desse homem com costumes sedimentados ao longo de cinqüenta anos? O que se disse a ele? Quando se chamou a família que ajudasse a demover aquele hábito de cada dia? Por que não se lhe ameaçou tirar o gado, como forma de ele despertar para o mandado? Por que não se conduziu o assunto de maneira humana, que não se ferisse a mente de alguém que está no fim da vida?
Atitudes assim são mais graves do que corromper uma criança; a criança ainda terá tempo de se recuperar do estrago; aquele homem nem o tempo tem a seu favor.
Essa senhora decerto desconhece a lei de causa e efeito; sobre ela recairá, com certeza, a carga sombria de sua atitude draconiana sobre um inocente. Isso não é rogar praga, já porque eu não conheço A nem B; isso é interpretar um mecanismo da natureza e de que ninguém escapa; nada fica sem resposta. Minha defesa é pelo desenvolvimento da mente humana que essa senhora obliterou.
Será que essa juíza tem consciência de que maculou a mente de um homem ao fim da vida! Será? O avançado da idade exigia preservação; ela devastou uma área sem mais tempo de ser replantada, que o eclipse se aproxima.
E se esse homem debandar de vez com a mente em frangalhos! No final das contas, é um inocente jogado no lixo; quem vai segurá-lo? A juíza?
Eis aí a lei posta nas mãos de prepotentes.
Cristo falando aos discípulos sobre acontecimentos do fim do mundo, diz: “ai das grávidas e daquelas que estiverem amamentando”.
As grávidas são essas; intumescidas pelo orgulho, pela vaidade de enfiar a faca da lei na cabeça de um homem às margens do fim.
As que estiverem amamentando são essas que, depositárias do poder, implantam transpirações de outros odores; com o braço levantado apontam a um homem simples o caminho para a convivência com a escória.
Eis aí um exemplo de mulher que adotou agir com os atributos do homem; perdeu a sensibilidade e perdeu o sentido de si mesma.

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