quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O bocejo – 3/6 ( Em 04/06/2008 )

E o Antônio Carrasco voltou à carga; foi pesquisar, no fundo do baú esse tema sobre o qual eu jamais pensara escrever. Ouçamos a voz da Ciência sobre o bocejo:
“Em situações de tédio, respira-se de forma mais lenta e, à medida que o nível de gás carbônico aumenta no sangue e a oxigenação nos alvéolos pulmonares diminui, uma mensagem é enviada ao hipotálamo, no cérebro, pedindo mais oxigênio”.
Revista.” Ciência Hoje – abril 2008
            Sou grato ao Antônio pela por mais essa contribuição com que enriquece este trabalho. Muito obrigado.
            O bocejo é uma oportunidade que não podemos deixar escapar. Na acepção comum, o bocejo distende a musculatura, relaxa. Talvez em função da carência de oxigênio.
Assim observamos entre os animais: quem está sob o movimento, está sob tensão; os animais estão sob movimento; os animais estão sob tensão; como estão sob tensão, procuram aliviar-se; o bocejo é meio de alívio.
Já quanto ao ser humano, precisamos avançar um pouco mais e entender o bocejo como uma oportunidade de aprofundarmos nossa descida ao próprio interior. Se, ao abrirmos a boca, distendermos os músculos, por que não nos esforçarmos por prolongar essa distensão até nossa interioridade?
            Não sei se já comentei sobre aquelas pessoas que dizem ter alcançado milagres; não contesto o milagre, jamais! Apenas tento explicar que, num determinado momento, o fiel instigado por suas premências, não tem a quem recorrer; vê-se desprotegido de tudo, abre-se, relaxa as resistências em função de falar apenas com seu protetor; relaxadas as resistências, ele comete em si mesmo uma abertura; por ali a energia de sua interioridade é liberada e se concilia com a energia de fora; o desejo se realiza, sobretudo quando é no âmbito da cura. Por isso o Cristo diz: “pedi e recebereis”. É claro que esse pedido só pode ser atendido se abrirmos nossas resistências.
Pelo bocejo, podemos abrir-nos interiormente, concentrados em alcançarmos o mais fundo possível de nossa interioridade. O bocejo é uma oportunidade de nos colocarmos a par de como se desce, aproveitando o momento de abertura de fora para dentro, na direção de nossa alma.
Quando bocejar, concentre-se no coração; pelo coração se chega à alma.

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