Disseram a você que não havia mais gigantes! Que isso era coisa de mitologia! Você já ouviu falar em um planeta chamado Cordisburgo? De lá que veio um gigante; chamam-no de Guimarães Rosa, mas eu acho que o nome dele é Prometeus; roubou o fogo do céu, trouxe-o à terra; não foi acorrentado porque sua mensagem continua ainda inacessível.
É dele a afirmação de que: “Quem tem dois tem um, quem tem um não tem nenhum...”
Só por esta citação já se pode aferir sobre a metafísica de Guimarães Rosa.
Esta afirmação vem confirmar o que vimos insistindo sobre os valores de fora e dentro de nós. Se nos utilizamos apenas dos valores de fora, ficamos presos ao mundo; o espírito se desenvolve apenas pelos órgãos dos sentidos; tirados os órgãos dos sentidos, o espírito fica à deriva.
Justifica-se por que “quem tem um não tem nenhum”. Não vai a lugar nenhum, se sair deste plano, pra onde vai, se sua vivência foi apenas com base neste plano?
Por outro lado, sabemos que tudo se realiza pela conciliação dos contrários, como na metáfora: se digo que a Denise é uma flor, tenho Denise, pessoa conhecida, concreta, visível, palpável; uma flor é uma flor qualquer; não sei qual; flor é abstrata.
O encontro do concreto Denise com flor abstrata dá origem a um terceiro elemento:
O perfume, o viço, a beleza, a coloração.
Entende-se por que quem tem dois, tem um: os dois opostos dando origem a um terceiro elemento bem mais desenvolvido.
É o que se verifica no encontro da mente com a consciência. Se a mente desce ao coração, são dois opostos: mente voltada para fora e consciência recolhida em si mesma; se as duas se encontram no coração, surge um terceiro elemento bem mais sutil: a luz.
O encontro da mente com a consciência se realiza na luz.
Seremos luz.
É o que nos diz esse gigante de Cordisburgo.
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