Minha amada, minha querida, você deixou de me escrever, e temo por sua saúde; você está bem? Eu só queria um sinal de que você está bem.
Insisto porque seu silêncio dói em mim; sei que inteligências agudas são frágeis, sujeitas ao vento, por leve que seja. Empenho-me que nenhum desses tenha passado por você.
Você resolveu dar um basta à metafísica! Pra onde resolveu ir! Sem a interiorização, o que se pode fazer, minha querida? Ou estou precipitado? O fato é que a ausência de sua palavra me causa desconforto.
A distância não foi impedimento para que você se revelasse com tanto brilho. Sinto falta de suas cobranças, seu senso agudo guiado por uma intuição que vai muito além. Ou você veio para me dar algum aviso que eu não consegui captar? O que me fascinou em você foi essa postura de quem tem sede de saber; o pior é que questionou um que tem sede de aprender.
Você tem a frase direta, e eleva sobremaneira o pensamento. É natural que pessoas assim sejam atormentadas; luzeiro que os ventos tentam apagar.
Meu Deus! Como você era afeiçoada ao que eu escrevo! Seria isso um estímulo de fora? Você, mensageira!
Onde você estiver, estaremos em uníssono porque você deixou em meu coração uma sede de infinito.
Queira Deus guiar seus passos, na certeza de que me trouxe o bem que procuro passar por essas linhas.
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