segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Textos para a Juventude - 3: Amor, Namoro primeiro e único - 1/6 ( Em 12/03/2008 )

O aluno conversa com seu Professor; ambos falam sobre amor, namoro.

A – Muito se disse sobre o amor; e o que se disse sobre o amor não me convenceu; o amor é isso que está aí?

P - Para se conhecer uma casa, é preciso entrar nela. Está certo?

A - Sim. O professor é admirado na medida em que entrou em sua ciência.

P – Então, para se conhecer o amor, é preciso entrar nele?

A – Mas, e os namorados, amam sem conhecer o amor por dentro!

P – Se são jovens, se estão ainda com o coração aberto, são conduzidos por uma força interior duas almas buscam sintonia. 

A – Eles são conduzidos! Eles não se conduzem!

P – Veja como são tímidos; essa timidez é causada pela incerteza; eles desconhecem a experiência por que estão passando. Isso não acontece com os adultos.

A – Há um jogo de interesses em seu amor.

P – Jovens assim estão com os corações vazios de qualquer interesse; eles apenas vibram na mesma intensidade;

A – Mas esse amor é puro demais!

P – O amor não é puro ou impuro; o amor é alcançado pela identidade profunda, pelos ideais de beleza que ambos encontram um no outro.

A – Se os dois vibram na mesma intensidade, a mente está vazia, o coração vazio; eles se perdem na contemplação de si mesmos...

P – Conforme a intensidade desse esvaziamento, eles podem ver-se envolvidos em uma aura, um círculo de luminosidade.

A – Esse vazio é de difícil entendimento!

B – Os jovens sabem o que é isso: quantas vezes estão em uma confraternização, uma festa e, de repente, sentem algo que lhes causa vontade de chorar, de voltar para casa, estar só,falta ar ao peito e coisas assim? Manifestações da alma e que eles não sabem traduzir.

A - Por que acontece isso ?

P – É a idade de se abrirem para a vida; por essa abertura, a alma se manifesta, assim como se manifesta quando eles se abrem para o amor.

A – Por isso o primeiro amor é inesquecível...

P – Se os dois se esquecem de si mesmos e se harmonizam em seus estados de alma, um desperta no outro o sentido da beleza. 

A – Aí vem o abraço.

P – O abraço já não é mais visão; o abraço é sensação.

A – E atualmente como se ama?

P – Atualmente a palavra amor é utilizada para indicar estados de sensação. Quanto mais intensa a sensação, maior é o “amor”; Isso é tudo menos amor; o amor se instala nos corações vazios de qualquer interesse.

A – Você poderia dar um exemplo de amor desinteressado?

P – A mãe, quando procura o filho, está esquecida de si, a mente está voltada para o filho.

A – Ainda no primeiro amor, eles poderiam ver sinais de outros planos?

P – É preferível afirmar que eles entram em estado de deslumbramento, uma espécie de espelho, em que um vê, no outro o próprio estado de pureza.

A – Este é o amor platônico?

P – A palavra “platônico” nos dá a idéia de algo que já passou; e esta situação se repete toda vez que dois jovens se colocarem frente a frente por identidades de almas.

A – Quando cessa esse estado de almas?

P – Quando as emoções afluem de seu interior, então se abraçam; o amor vai sendo substituído por outros valores de momento.

A – Por que o próximo amor não se repete como o primeiro?

P – Eles levam experiência incompleta do primeiro; é comum que o homem procure na mulher aquela situação que viveu com a primeira e, insatisfeito,  pode encher-se de exigências. 

A – Troca o amor pela emoção.

P – Da emoção para a ação é um instante; já não existe amor porque o “amor” que pede não é  amor: é carência.

Nenhum comentário: