Inveja é o ato de eu ser infeliz com a felicidade do outro. Dá pra entender isso? Como é possível que eu distorça minha visão a tal ponto e contra mim?
Sabe por que acontece isso? Porque eu fico do lado de fora de mim mesmo comparando as qualidades do outro com as minhas; o que ele tem e eu não tenho. Nessa aventura, eu não raciocino e cometo três erros:
- saio de mim mesmo – deixo meu interior à mercê das vozes de dentro.
- comparo-me com o outro – saio de mim e murcho meu eu.
- trago a inveja – como tributo.
Que coisa mais sem nexo!
Nós temos uma variedade de inimigos internos: são aquelas vozes que nos instigam a toda espécie de pensamento ruim.
Saio de mim meus inimigos têm muito mais espaço para sedimentarem suas raízes. Volto trazendo a inveja; a inveja se junta a eles e, se eu não fizer força, sou expulso de minha casa.
Conseqüência dessas ameaças: eu não me aceito; fico do lado de fora, vejo-me como estranho, carente. Por que o outro tem e eu não tenho?
Pior ainda é que eu passo a jogar a culpa nos outros porque não me ajudam em minhas desavenças internas; os outros são culpados de eu não ser feliz; não me percebo infeliz porque sou estranho a mim.
Chega um momento em que eu esqueço a inveja; eu esqueço o outro porque meus problemas agora são com as pessoas mais próximas; elas não me ajudam.
Que negócio enrolado!
Para reagirmos a essa situação, é só dar uma olhada no Cristo, o que ele está fazendo no templo. Mt 21,12. Vira as mesas, solta as aves, espalha moedas pra todo lado: “a casa de meu Pai é casa de oração e vocês fizeram dela um covil de ladrões”.
O covil de ladrões é um abrigo que construímos dentro de nós para hospedar nossos inimigos, até que eles nos tomem a casa. Cristo nos mostra que precisamos agir com rigor, para essa expulsão.
A inveja dá cobertura a essa casta e trama contra nós toda espécie de trapaças; a nós só resta pegar a vassoura e limpar o interior de nossa casa; fazer dela um refúgio contra as urdiduras
desses inimigos sem rosto.
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