Já conhecemos as causas por que Deus dispunha apenas da Mente, quando fez o universo.
Com a Mente, Deus fez o universo.
Fez o Homem, sua imagem e semelhança. Gn 1,26
A imagem é a Mente de Deus, o Filho.
A semelhança é a Consciência dentro de Deus o Filho; ela transitou para o homem.
A Semelhança é a Consciência dentro do homem.
O homem tem livre escolha de ser semelhante ou não; será semelhante quanto mais Consciência alcançar sobre a própria condição interior.
Deus e o homem formaram um par de opostos:
Deus, a suprema divindade x homem, a suprema humanidade.
Esse Deus que fez o homem não dispunha de Consciência, porque tinha saído da Consciência.
Com razão e inteligência, Deus fez o universo e fez o homem; universo e homem estão no mesmo nível mental, só que o homem tem a Semelhança.
Se o homem quiser permanecer no alinhamento com o universo, fica sujeito às leis do movimento e suas conseqüências: a mente atormentada, a dor e suas infinitas manifestações, a solidão, ao medo.
A grande jogada do homem é sair do alinhamento do universo e ir em busca da semelhança.
Como foi feito imagem e semelhança, é preciso juntar as duas. Uma está voltada para fora, sujeita ao movimento; a outra está alinhada consigo mesma; uma é dispersiva a outra é contida.
Faz lembrar aquele quebra-cabeças que deram a um menininho; consistia em armar o mapa do mundo; poucos minutos depois, o menino apresentou o problema resolvido. Quando lhe perguntaram como conseguira tão depressa, ele respondeu:
- do outro lado havia o retrato de um homem; eu juntei os pedaços do homem e o mundo ficou
certo.
È isso; são dois os lados do homem; é montar as duas partes. Quando o homem consegue reunir essas duas linhas nele mesmo, dá-se a conciliação dos opostos.
Da conciliação dos opostos surge a luz. Temos aqui um homem iluminado; um homem iluminado é aquele que encaminhou a mente para dentro dele mesmo, submeteu-se ao silêncio interior e seus pré-requisitos.
Essa iluminação do homem manifesta-se na terra como sabedoria.
O homem iluminado ocupa-se do esclarecimento de seus semelhantes que encetem o mesmo trajeto percorrido por ele.
Há uma diferença entre homem iluminado e homem interior.
O homem interior é aquele que desceu à própria interioridade, mas em busca de algo: inspiração, uma resposta; a mente passa por perto da iluminação e se desvia; o espírito entra em desespero.
Costumava se dizer em francês que são os “defroqués”; os desesperados.
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